
I've mentioned before that my family owned a bakery in Santo André, SP, a rare business for immigrants of Japanese origin, who at that time were known for being dyers and street market vendors. Memories from that time served as inspiration for the posts My Earliest Memory, Old Dream with Giant Moth and Visual Riddle with Drink Names.
For today's artwork in the Challenge: Drawing (almost) every day on iPad, I retrieved from memory the packaging of Fleischmann's fresh yeast. If I'm not mistaken, in the 70s, it was predominantly dark blue with stripes on parchment paper. It was used to make bread at my Family's bakery and also sold in bulk to customers who used to make cakes and pastries at home.
Once, someone told me that the yeast manufacturer was offering a baker's course, and one of my uncles, my father's younger brother, decided to enroll. The person in charge of registration, upon learning that a descendant of Japanese immigrants was interested and even owned a bakery, doubted it and thought it was a joke. Faced with the insistence of the brand representative who recommended my uncle, the Fleischmann employee asked:
— Okay, fine, so what's his name?
— Joaquim, he heard in response.
— Didn't I say it was a joke! A Japanese man named Joaquim who owns a bakery, he's got to be kidding me!
In Brazil it's common to see Portuguese immigrants as bakery owners and the names Joaquim and Manoel are popular among them. In the end, I never found out if my uncle Joaquim, nicknamed Zeca, managed to enroll and take the course. But after a long time, I discovered that some Okinawan families have a tradition of naming all male names starting with the same initial. In our case, Jô (常 - Meaning usual, regular, persistent, can also be read as "tsune"): my father Johoso (nickname Jacob), my uncles Jorge Joei and Joaquim Jocem. According to Wikipedia - Okinawan Name - this custom is called Nanui Gassirá.
My mother didn't want to use the name originally suggested, the same as my grandfather's, which was Jochuku and which I mentioned here in Grandfather Gardener, because she wanted to avoid bullying me at school, the same thing she had suffered for having the name Misako.
Many thanks! Keep safe and good luck again!!
[VERSÃO EM PORTUGUÊS]

Já comentei antes que minha família tinha uma padaria em Santo André, SP, um comércio raro para imigrantes de origem japonesa, que naquela época eram famosos por serem tintureiros e feirantes. Lembranças daquele tempo serviram de inspiração para os posts Minha memória mais antiga, Sonho antigo com mariposa gigante e Charada visual com nomes de bebidas.
Para a arte de hoje do Desafio: Desenhando (quase) todo dia no iPad resgatei da memória a embalagem do fermento fresco Fleischmann, se não me engano, nos anos 70, era predominantemente com listras azuis escuras em um papel amanteigado. Era usado para fazer os pães da padaria e tb vendido por gramas para os fregueses que faziam bolos e massas em casa.
Uma vez contaram a história que a fabricante do fermento estava oferecendo um curso de padeiro e um dos meus tios, o irmão mais novo do meu pai, resolveu se matricular. O responsável pela inscrição ao saber que um descendente de imigrantes japoneses estava interessado e até era dono de padaria, duvidou e achou que era brincadeira. Diante da insistência do representante da marca que indicou meu tio, o funcionário da Fleischmann perguntou:
— Tá bom, vá lá, então qual é o nome dele?
— Joaquim - ouviu como resposta.
— Não falei que era piada! Japonês com nome de Joaquim e dono de padaria, só pode estar brincando comigo!
Não sei se no Brasil todo mas em São Paulo é muito comum ver portugueses como donos de padaria, geralmente com os nomes Manoel ou Joaquim. No final não fiquei sabendo se meu tio Joaquim, que tem o apelido de Zeca, conseguiu ser inscrito e fazer o curso. Mas depois de muito tempo descobri que algumas famílias okinawanas tem a tradição de batizar os nomes masculinos todos começando com a mesma inicial. No nosso caso Jô (常 - Significando usual, regular, persistente, também pode ser lido como "tsune"): meu pai Johoso (apelido Jacó), meus tios Jorge Joei e Joaquim Jocem. Segundo a Wikipedia - Okinawan Name - este costume chama Nanui Gassirá.
Minha mãe não quis colocar o nome que sugeriram, o mesmo do meu avô que se chamava Jochuku e que comentei aqui em Avô jardineiro, pois queria evitar bullying comigo na escola, o mesmo que ela havia sofrido por ter o nome Misako.
Valeu! Saúde, sucesso e boa sorte mais uma vez!!
PS: Quem quiser acessar os desenhos e ilustrações já publicados e eventuais posts futuros do Desafio, criei a pg https://bit.ly/desenhandonoipad parte do projeto que comentei aqui em Cérebro Aberto, anotações e links compartilhados de forma aberta e colaborativa em web 3.
Posted Using INLEO
